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Mostrando postagens de fevereiro, 2010

Tristeza...

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Em dias trites: Álvares de Azevedo, poeta da segunda geração romântica, conhecida como mal-do-século ou byroniana: Desânimo Estou agora triste. Há nesta vida Páginas torvas que se não apagam, Nódoas que não se lavam... se esquecê-las De todo não é dado a quem padece... Ao menos resta ao sonhador consolo No imaginar dos sonhos de mancebo! Oh! voltai uma vez! eu sofro tanto! Meus sonhos, consolai-me! distraí-me! Anjos das ilusões, as asas brancas As névoas puras, que outro sol matiza. Abri ante meus olhos que abraseiam E lágrimas não tem que a dor do peito Transbordem um momento... E tu, imagem, Ilusão de mulher, querido sonho, Na hora derradeira, vem sentar-te, Pensativa e saudosa no meu leito! O que sofres? que dor desconhecida Inunda de palor teu rosto virgem? Por que tu'alma dobra taciturna, Como um lírio a um bafo d'infortúnio? Por que tão melancólica suspiras? Ilusão, ideal, a ti meus sonhos, Como os cantos a Deus se erguem gemendo! Por ti meu pobre coração palpita... E

Hoje: simplesmente Drummond...

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As sem-razões do amor Eu te amo porque te amo, Não precisas ser amante, e nem sempre sabes sê-lo. Eu te amo porque te amo. Amor é estado de graça e com amor não se paga. Amor é dado de graça, é semeado no vento, na cachoeira, no eclipse. Amor foge a dicionários e a regulamentos vários. Eu te amo porque não amo bastante ou demais a mim. Porque amor não se troca, não se conjuga nem se ama. Porque amor é amor a nada, feliz e forte em si mesmo. Amor é primo da morte, e da morte vencedor, por mais que o matem (e matam) a cada instante de amor. Nascido e criado na cidade mineira de Itabira, Carlos Drummond de Andrade levaria por toda a sua vida, como um de seus mais recorrentes temas, a saudade da infância. Precisou deixar para trás sua cidade natal ao partir para estudar em Friburgo e Belo Horizonte. Formou-se em Farmácia, atendendo a insistência da família em graduar-se. Trabalha em Belo Horizonte como redator em jornais locais até mudar-se para o Rio de Janeiro, em 1934, para atuar como c

Mais um pouco sobre Dalton Trevisan e sua obra...

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Dalton Trevisan- contos Os desastres e os crimes da paixão Os contos de Dalton Trevisan giram obsessivamente em torno de um assunto principal: os conflitos do amor. O crítico Mário da Silva Brito resumiu esplendidamente esta temática: Trevisan é, na verdade, o contista das guerras, surdas ou veementes, contidas ou explosivas, recalcadas ou flagrantes entre homem e mulher.(...) Seus personagens masculinos e femininos são eternos inimigos, envoltos pelo tédio, desgastados pelo convívio, demolidos pela mútua decepção, adversários irados e agressivos a se ferirem incessantemente. O próprio escritor definiu os seus relatos como uma “Ilíada conjugal”. Eles são povoados de maridos que invariavelmente maltratam, humilham e traem as suas esposas, que as devolvem aos pais quando, na noite conjugal, percebem (ou imaginam perceber) que elas já não são virgens. Que as acusam de impostoras frígidas ou de adúlteras pecaminosas, e por isso as espancam, as ferem e as matam. Mais raramente aparecem ou

Macho não ganha flor de Dalton Trevisan

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Dalton Trevisan, autor curitubano, pode ser considerado um dos contistas mais diretos da Literatura Contemporânea, refletindo, como um espelho, a realidade da sociedade moderna, isto é, nós mesmos, seres humanos que vivemos nessa era tecnológica. Abaixo temos uma análise, a qual não foi realizada por mim mas que considerei muito boa, do livro destacado no título dessa postagem e, por último, o conto completo que dá título ao livro, deliciem-se com ele.... Em Macho não ganha flor, reunião de 22 contos inéditos, Dalton Trevisan desfila ladrões, estupradores, sádicos e maníacos . Em 12 desses contos, são enfocados os ambientes e as circunstâncias da criminalidade urbana. Os personagens dividem-se entre ladrões, gigolôs e assassinos, sádicos e maníacos que desfilam por meio de uma linguagem sem firulas, além das pessoas que com elas se relacionam. Nos outros 10 contos abusos sexuais, taras e estupros permeiam as tramas. São três as linhas narrativas. A primeira que se aprese

Um Olhar Interdisciplinar: Percorrendo A Temática Da Seca

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Hoje postarei um de meus artigos.... Gostaria que os leitores opinassem, pois se trata de uma temática bastante cobrada nos vestibulares e, além disso, complementa o post de ontem. A importância da formação interdisciplinar é bastante evidente na atualidade. Se voltarmos nossos pensamentos para a Estética da Recepção, teoria da escola de Constança tratada por Hans Robert Jauss, notaremos que a interdisciplinaridaridade pode ser bastante valiosa neste sentido. Isso se deve ao fato de que os horizontes de expectativas dos alunos na contemporâneidade, inseridos em um mundo onde a rapidez e a tecnologia são tão patentes,podem estar bastante ligados à música e às outras artes além da Literatura. Dessa maneira, trabalhar em sala de aula com o cinema, músicas, fotografias, quadros, notícias de jornais e o teatro pode ser uma arma poderosa para que, paulatinamente, o professor de Literatura se aprofunde nos estudos dos textos literários. Assim, o profissional de Letras vê-se acrescido de novas

Graciliano Ramos

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Ainda falando de autores Modernistas não poderia deixar de citar o grande Graciliano Ramos. Autor de livros famosissímos, como Vidas Secas e São Bernardo, o autor de dedica a falar do povo, analisa, intrinsecamente, as maiores dores do ser humano, sejam elas causadas pelo próprio ser ou pelas adversidades da sociedade e da natureza. Uma de suas personagens mais conhecidas e a cachorra Baleia, de Vidas Secas, a qual faz parte da família de retirantes que sofre pelo calor, falta de chuva e alimentos no sertão nordestino. A obra de Graciliano Ramos é a melhor ficção produzida na segunda fase modernista e um dos pontos altos de nossa literatura, em todos os tempos. O que há de comum entre todas as obras de Graciliano? Claro que cada livro é um livro, mas em todo grande escritor há, ligando uma obra a outra, uma unidade. Essa unidade resulta da maneira como o escritor entende a vida e a arte. Quanto à concepção de arte, a crítica evidencia no estilo de Graciliano Ramos a ausência de sentime

Quarta-feira de Cinzas....

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É isso mesmo pessoal, nosso feriado prolonmgada está se findando e agora que passou o Carnaval, quem sabe, o Brasil começa a funcionar.... Um dia realmente cinza, como o próprio nome já diz, nostálgico, merece uma poesia do livro A Cinza das Horas de Manuel Bandeira, autor reconhecidamente Modernista, entretanto, este livro é marcado pelo tom fúnebre, e traz poemas parnasiano-simbolistas. São poesias compostas durante o período de sua doença. Do ano em que o poeta adoece até 1917, quando publica A Cinza das Horas, é que se daria a etapa decisiva e a inusitada gestação de um dos maiores escritores da língua portuguesa. Segundo ele próprio, Manuel Bandeira, quando publica esse livro não tinha a intenção de começar carreira literária: "desejava apenas dar-me a ilusão de não viver inteiramente ocioso". O eu-lírico vivencia o ato de morrer à medida que (des)escreve sua agonia em seus versos que são seu sangue. Segue uma das poesias: DESENCANTO Eu faço versos como quem chora De des

Meus queridos...

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Clarice Lispector, introspectiva, disse-nos: "Não se preocupe em entender. Viver ultrapassa todo o entendimento." Hoje, essa postagem serve apenas para lhes dar as boas vindas e dizer que aqui poderemos ter um contato direto, tira dúvidas e debates sobre livros e temas literários. Para quem nunca leu Clarice e quer começar, indico algum dos livros de contos... A Via Crucis do Corpo, Felicidade Clandestina, A Bela e a Fera.... E não se esqueçam, quanto mais lemos mais inteligentes e menos manipuláveis nos tornamos....